Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.

quinta-feira, 22 de março de 2018

O que você está pensando?

Estava dentro do carro, subindo uma rua íngreme, quando um balancê me chamou a atenção. Uma mulher curvilínea usando uma blusa de listras largas, azuis e brancas, na horizontal, comprida até abaixo do quadril, mas colada no corpo. Usava uma calça preta, larga, e saltos baixos. Seu cabelo comprido alcançava umas das listras, branca, próximo ao gingado que ela fazia ao caminhar. Aquelas listras dançavam com o movimento do corpo e as pontas meio embaraçadas, encaracoladas dos cabelos se moviam de forma contrária ao balancê.
Para onde ela estava indo? Para quem se vestiu? O que ela gostaria que as pessoas pensassem ao verem ela caminhar?
Eu sei o que ela pensava.
Seu pensamento era sobre o calor que estava fazendo. Que tinha que caminhar pela rua, a qual era uma subida, com aquele sapato. Que tinha que chegar no trabalho porque ainda faltavam 4 horas para acabar o expediente.
De fato eu sei que ela pensava tudo, menos sobre o que ela queria que os outros pensassem dela quando ela se vestiu daquele jeito pela manhã; e que esse desejo, do que causar no outro com sua roupa, ainda estava presente em sua mente.
Na manhã seguinte começará tudo novamente. Mas, talvez, ela escolha uma blusa sem listras e larga, uma calça bege sem graça, que não chame a atenção de ninguém, porque poderá ser um dia que ela queira ser invisível.
Mas hoje ela quis ter um pouco de atenção. Provavelmente estava feliz. E teve de mim a atenção desejada.
Hoje, você pode perguntar pra mim o que eu estou pensando. E vou te responder: não é nada não.

quarta-feira, 7 de março de 2018

Na padaria.

Há nessa minha amiga um quê de loucura, mas uma loucura estranha.
Um dia ela me contou que foi até a padaria para comprar petiscos, e lá chegando se deparou com uma figura engraçada. Era um rapaz de seus 18 anos, pardo, com olhos brilhantes, e com fitilhos amarrados com penas de pássaros por todo o seu cabelo , seria um dred? Um dred maluco? Um dred - natureza - piupiu? Não importa. O que importa é o que ele fazia na padaria, já que não estava lá para comprar pão.
Ele se encontrava parado imóvel, uma verdadeira estátua. Olhando para o nada. Minha amiga maluca me contou que ela ficou encarado-o pesadamente pensando que ele se movimentaria, ou riria dela. Ela é muito maluca.  Eu não aguentaria, iria morrer de rir.
Mas, segundo ela, quando se aproximou do rapaz de dred piu-piu, viu que nas costas dele, onde estavam suas mãos, havia um prato. E sobre o prato havia petiscos. Os preferidos dela. Bom, ela pensou, já que os petiscos estão aqui, acho que deve ser para o pessoal da padaria provar.
Pois que quando digo que ela é maluca, essa minha amiga, é porque ela é. Mas ela não é sem noção. então que ao colocar sua mãozinha, nada delicada, sobre o salgadinho, tocou uma buzina bem alta na padaria. E qual não foi o susto que ela levou, seu coração bateu a milhão, e ela não segurou a voz.
"AAAAAAiiiii Cacilda!!! Que qué essa loucura de buzina! Agora que ia ficar feliz de pegar um salgadinho! Passou até a vontade de comer!!! Que acontece com vocês? "
Foi que ela descobriu que isso tudo era para animar o pessoal da padaria, um momento de alegria, ou loucura da padaria também. Mas ela foi embora. Gritando e xingando a padaria, porque se ela tivesse alguma coisa no coração, disse ela, que teria morrido infartada de susto lá mesmo!
Mas eu que não estava junto, achei muito divertida essa história. Ela não.
Até agora

E o que foi que não se viu
Entrou em cena, mas sumiu!
Voou para o alto, ou caiu para baixo?
Onde, de fato, estava no palco?

É assim que ela se mostra, 
Se é que se mostra a fé
De forma que quase pega
Mas escapa na esperança qualquer.

Não desencanta, nem esmorece.
Fica sobre si enevoando a mente
Mas não desiste na prece.

No olhar, amiudamente,
Tanta esperança que cresce,
Até agora de forma insistente.


segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Da estrada.


A partir daqui de onde estou agora,
há um lugar estranho que me ignora,
olho pra ele encarando com vitória,
me encanto, me assento, vejo história.


Embora sigo minha longa escalada,
dia-a-dia, sempre minha jornada,
e de longe vejo a bela estrada,
que se mostra nem sempre adornada.

E a noite que surge, escura.
Ilumina a mente que está só,
vive sentindo sua própria loucura.

E vai seguindo até que dá nó
da estrada até a altura,
e vai caindo até virar pó.

sábado, 21 de outubro de 2017

Era uma vez.

Era uma vez um unicórnio.
Isto era, ou ele era, ou ela era.
Vivia a brincar, e ora ou outra,
gostava também de brigar.

Pula, pula cavalinho,
mostra pra todos teu chifrinho.
Será uma vara de condão?
Ou uma espada em brasão?

Pula, pula cavalinho,
vai se mostrando de mansinho,
franze a crina prateada e linda
totalmente embevecida.

Estou vendo no horizonte
o unicórnio saltitante,
na direção  lascinante
em busca de se encontrar.

Entre as cores ululantes,
que envolvem o seu ser,
encanta cada criança,
mas esconde o pertencer.





À luz da idéia.

A mente em sua maior parte parece uma loucura quando não estamos em estado de tranquilidade.
e para ela, nesse momento, escrevo:


À luz de cada idéia
que me assombra nesse momento,
não se faz tão nítida ou clara
se faz sombra em meu detrimento
onde assusto e mudo a toda hora
o pesar, o amar, o desejar
o repleto do que poderia ser um dia,
 hoje é dor e às vezes alegria.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

O tempo passa, o tempo voa... E sumiu a poupança Bamerindos

Sumiu também o carrinho de lanches do véinho da praça.
Sumiu um monte de amigos da infância, e um monte de coisas foram sumindo das minhas lembranças. 
Sumiu até o que eu não queria, por decreto nenhum desse mundo, esquecer. 
E agora, só sei que nem sei do que é que eu estava falando. 
Não, não é Alzheimer.
É o tempo mesmo.

Esse cara que é pau pá toda obra.
O tempo é um cara. E já lhe digo que é um cara esquisito. 
Primeiro: ele é surdo. Vou te provar.
Chega pra ele e fala assim: Pare agora! ( ele finge que nem ouviu e continua seu caminho).
Ou estressa e diz: "Vai logo, quero que você vá o mais rápido que puder!" E sabe qual é a resposta dele? A mesma da anterior.
Ele também tem dificuldade de falar, só emite um som e, quando emite é esse: tic-tac. Que tipo de som é esse?
Eu bem disse que ele é um cara estranho.
Nunca lhe cumprimenta. Você nasce, cresce, reproduz, ou não, e morre e ele nem lhe diz: oi ou tchau. Nenhuma vez. Só diz Tic-Tac. Será que isso significa oi e tchau?
Ah! E tem também quando ele resolve ser do contra. Mas não é pra chatear você. É muito mais do que isso. E eu nem sei como explicar, porque ora é bom, ora é ruim.
Tipo, você quer que vá mais devagar, ele resolve acelerar. Você quer que acelere, ele resolve ir devagar.
Sabe aquele cara que você não consegue negociar em NADA?
É ele.
E lhe digo mais. Ele não é deste mundo.
Eu mesma não sei de que mundo ele é. Mas não é desse. Sabe por que? Porque ele dura uma eternidade.Ninguém dura uma eternidade. Dizem uns que não sabem quando ele nasceu, e nem sabem se um dia vai morrer. Que tipo de cara é esse minha gente?
Tento ter ele como meu amigo. Um sábio me disse pra fazer amizade. Mas esse sábio é meio maluco, porque é muito difícil fazer amizade com um cara esquisito, surdo, que gosta de lhe contrariar, que não se sabe a procedência, e também não se compreende porque dura tanto. Gente doida.